Abelha ‘super rainha’ vai povoar colmeias em Minas Gerais
Uma ‘super rainha’ começa a povoar colmeias de Minas Gerais. Essa abelha tem como papel aumentar a produtividade, qualidade e a sustentabilidade dos apiários no Estado. São insetos de espécies comuns e conhecidas, explicam os responsáveis pelo programa. O que as diferencia das demais é sua alta capacidade e seu histórico produtivo.
O programa de desenvolvimento de ‘super rainhas’ em Minas Gerais começou em 2019. É realizado em parceria do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) com a Federação de Agricultura de Minas Gerais (Faemg).
O processo começa com a coleta de dados de colmeias de apicultores no Estado. Atualmente, está na segunda fase. O melhoramento genético inclui inseminação artificial e seleção dos indivíduos que mais expressam as características desejadas.
É feita uma escolha de zangões e rainhas já com genética superior. A partir da análise desses dados, são feitas as inseminações, explica o zootecnista coordenador do projeto e consultor de Apicultura e Agroindústria do Programa ATeG, Arnaldo Maurício Correa Neto.
“O processo de inseminação é feito em um laboratório climatizado, de 28 a 30 graus, e com umidade de 45%. Com as larvas, de um ou dois dias de idade, das rainhas selecionadas é realizado o processo de enxertia de larvas. Depois essas larvas voltam para a colmeia que vai produzir o mel”, diz ele.
O inseto melhorado geneticamente tem a capacidade de proporcionar uma produtividade de mel e própolis maior que a média dos enxames brasileiros atuais. Além disso, explica o pesquisador, pode ser considerada mais sustentável por conseguir produzir a mesma quantidade de produto que uma rainha comum, só que com um enxame menor. O enxame mais prolífero também tem um maior número de abelhas que polinizam.
“Com menor número de colmeias, o apicultor precisa de menos madeira e materiais no campo. É um gasto menor e uma oportunidade produtiva maior, isso gera mais renda”, informa Arnaldo.
Apicultores de 12 municípios de Minas Gerais receberão gratuitamente 5 mil dessas abelhas com capacidade superior, para a estimular a produção de mel e outros produtos. A introdução dos insetos nas colmeias será feita de forma itinerante, com um laboratório móvel nas regiões Sul e Norte do Estado. A expectativa é criar um banco de genética adequado para produção local até 2023.
A unidade móvel que conta com equipamentos para a inseminação de abelhas atenderá apiários que já foram selecionados na primeira fase e estão preparados para dar início à inseminação. “Após nove dias do processo de transferência de larvas, a unidade móvel irá voltar aos apiários para coletar as realeiras produzidas, que serão distribuídas aos produtores atendidos pelo programa ATeG. Antes de receber essas rainhas, todos eles serão treinados pelos técnicos de campo para orfanar as colônias e a introduzir corretamente as realeiras com o protetor West”, concluiu a coordenadora do Programa ATeG Apicultura do Sistema FAEMG, Paula Lobato.
O programa de assistência técnica já atende mais de 10 mil propriedades, com visita mensal de técnicos, assistência e diagnósticos gratuitos. De acordo com os responsáveis pela pesquisa, os produtores participam de todo o processo e também são indicados cursos de capacitação para melhorar a qualidade da produção.
Matéria extraída de: https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Sustentabilidade/noticia/2022/03/abelha-super-rainha-vai-povoar-colmeias-em-minas-gerais.html
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