Perguntas Frequentes

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CANAIS DE COMUNICAÇÃO DA CAMPANHA “SEM ABELHA, SEM ALIMENTO”

SITE: www.semabelhasemalimento.com.br

APLICATIVO BEE ALERT: www.semabelhasemalimento.com.br/beealert

FACEBOOK: www.facebook.com.br/beeornottobe

E-MAIL SOBRE A CAMPANHA: contato@semabelhasemalimento.com.br

E-MAIL SOBRE O BEE ALERT: beealert@semabelhasemalimento.com.br

INICIATIVA DA CAMPANHA “SEM ABELHA, SEM ALIMENTO"

A iniciativa da campanha Sem Abelha, Sem Alimento é de um grupo de pesquisadores do CETAPIS (Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura), juntamente com a agência 6P Marketing & Propaganda Ltda, ambos do Brasil. A petição pela proteção às abelhas levou a assinatura do Presidente do CETAPIS, cientista e pesquisador em genética de abelhas pela USP de Ribeirão Preto, prof. Lionel Segui Gonçalves, e do Diretor Geral da 6P, Daniel Malusá Gonçalves. Trata-se, portanto, de uma iniciativa nacional, mas com amplitude internacional.

A campanha foi lançada em outubro de 2013, durante o Congresso Internacional da Apimondia em KIEV/Ucrânia.

A campanha conta com alguns apoios imprescindíveis: CBA (Confederação Brasileira de Apicultura), Apimondia (Associação Internaciola de Apicultura), FILAPI (Federação Iberolatinoamericana de Apicultura) e Abemel (Associação dos Exportadores de Mel do Brasil). Conta também com os apoios da USP-RP e da UFERSA-RN.

Em janeiro de 2014, a organização Bee or not to be estabeleceu uma parceria com o Projeto Polinizadores do Brasil para trazer importantes estudos sobre os benefícios e planos de manejo da polinização para as culturas de algodão, caju, canola, castanha, maçã, melão e tomate.

OBJETIVOS DA CAMPANHA

A campanha tem claros objetivos: primeiramente conscientizar nossa sociedade sobre a importância das abelhas, ampliando sua visão, normalmente restrita às atividades de produção dos subprodutos apícolas, como mel, cera, própolis, geleia real e veneno; queremos enfatizar que as abelhas, como principais insetos polinizadores da natureza (e são mais de 20 mil espécies no mundo), exercem grande relevância nas atividades agrícolas pela polinização de mais de 70% da culturas agrícolas e de 85% das plantas com flores de nossa biodiversidade. Assim, além de contribuírem para a geração de alimentos, contribuem também para a revitalização de nossa flora, e, consequentemente, para a geração de oxigênio no planeta. Queremos fazer um convite propositivo à sociedade para que entenda a importância das abelhas e que cuidem em preservá-las. A campanha quer também dar clareza à nossa sociedade e suas lideranças e mostrar que a apicultura vem enfrentando seu maior desafio, que é o Fenômeno do Declínio e Desaparecimento da Abelhas e o que isto pode trazer como consequência. Este problema, por ter razões amplas, é ainda bastante controverso no meio científico, mas suas causas indicam forte responsabilidade sobre as ações do homem em sua relação com a natureza, e terão grandes consequências sobre a oferta de alimentos no futuro. Nosso pleito é para que a questão do desaparecimento das abelhas entre numa pauta, concreta e rápida, de pesquisa, investimento e combate de suas causas, pelas várias iniciativas da sociedade civil e principalmente, governamental. Entendemos que a atividade apícola faz parte de um frágil equilíbrio ecológico, e que deve ser inserida no contexto amplo da cadeia produtiva do campo. Ignorar as abelhas é ir contra os princípios da sustentabilidade, e pagaremos um preço alto no futuro por ignorar a evolução deste problema.

A assinatura da petição pela Proteção às Abelhas é um dos referendos que objetivamos. É um instrumento para termos voz ativa junto ao governo, seus representantes políticos e empresariais, e à sociedade civil organizada. Nossa pretensão é apresentar os resultados deste apoio a organismos como o Ministério da Agricultura (MAPA), Ministério do Meio Ambiente, Ibama, a nossos congressistas e à mídia em geral, pressionando-os para que tomem partido a favor deste problema que segue, no Brasil, sem grandes atenções. Mas, também pretendemos, pela força internacional que nossa campanha ganhou a partir do evento da APIMONDIA 2013 – em que organismos como a FILAPI (Federação Iberolatinoamericana de Apicultura), a APIMONDIA (Federação Internacional de Apicultura) e a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) reconheceram e apoiaram nossa iniciativa – apresentar os resultados junto a organizações mundiais, como a própria FAO. Nossa intenção é ampliar uma articulação internacional, que possa dar visibilidade a um problema que poderá afetar uma grande parcela das populações no mundo.

Ressalte-se que esta é a primeira campanha na América Latina a ter este propósito e esta iniciativa.

Assim, resumimos nossos objetivos aos seguintes pontos:

1) conscientizar a população sobre a importância das abelhas para o homem e o meio ambiente;

2) mobilizar as lideranças para uma atitude imediata de apoio a ações que investiguem, identifiquem e combatam rapidamente as causas do desaparecimento das abelhas ou CCD;

3) lançar um documento formal de apoio à causa das abelhas: a petição pela proteção às abelhas, que pode ser assinada pelo site (www.semabelhasemalimento.com.br);

4) posicionar a atividade da apicultura e da meliponicultura como um elo fundamental da cadeia produtiva agrícola, e que a aplicação dos conceitos de sustentabilidade no campo passam pelo respeito aos seus principais polinizadores;

5) levar conceitos propositivos de como o cidadão pode interagir e ajudar a proteger as abelhas.

SÃO TODAS AS ABELHAS QUE ESTÃO SENDO AMEAÇADAS?

Sim, abelhas com ferrão, sem ferrão, sociais e solitárias. No Brasil são mais de 3 mil espécies, e no mundo todo, mais de 20 mil. Todas vêm igualmente sofrendo as ameaças do desaparecimento. Obviamente que, no mundo todo, a abelha do gênero Apis, por ser a abelha mais utilizada e monitorada na atividade apícola, é a que mais expressa os efeitos deste fenômeno.

Todavia, quanto à vulnerabilidade das espécies, não existe uma pesquisa que responda quais espécies de abelhas são mais ou menos vulneráveis. No entanto, devido ao efeito sinérgico das distintas causas (agrotóxicos, desmatamentos, doenças, ácaros, desnutrição, stress, práticas inadequadas, etc.), as abelhas estão se tornando mais sensíveis e menos resistentes aos agentes causadores, sucumbindo com mais facilidade.

No Brasil não há um estudo conclusivo a respeito das causas deste problema, mas os efeitos da ação dos defensivos têm sido a maior causa da morte de abelhas nas ocorrências registradas no aplicativo Bee Alert.

O PROJETO DO APLICATIVO BEE ALERT

No final de março de 2014, a organização da campanha “Bee or not to be?” lançou um aplicativo para o registro de mortes e perdas expressivas de abelhas em apiários. Trata-se da primeira plataforma on-line para o registro das ocorrências de desaparecimento ou perdas de abelhas por geolocalização.

Com esta ferramenta, apicultores e pesquisadores em todo o mundo poderão documentar e divulgar as ocorrências deste fenômeno, provendo informações importantes sobre a intensidade e os locais das ocorrências, apontar suas causas e prejuízos gerados, dando a todos a real dimensão do problema.

Este é um aplicativo de fácil utilização e seguro, que pode ser acessado em qualquer computador, smartphone ou tablet, e é apresentado nos idiomas português, inglês e espanhol. Ele também pode ser baixado gratuitamente nas lojas da Apple Store e Google Play.

Esta plataforma colaborativa pretende ser um canal primário para que a ocorrência possa ser documentada, e gerar informações técnicas e científicas importantes para a avaliação do problema.

Estamos ainda numa fase preliminar de uso deste aplicativo, e notamos alguns desafios por vencer: baixo acesso ao conhecimento tecnológico por parte dos apicultores e meliponicultores, receio deles em reportar e detalhar as ocorrências e desconhecimento da existência da ferramenta.

Em março de 2014, o aplicativo já apresentava resultados significativos, com cerca de 12 mil colmeias perdidas, mais de 100 casos documentados na AL e mais de 700 milhões de abelhas mortas.

QUAIS OS RESULTADOS PARCIAIS DA CAMPANHA?

Até meados de março/2015, a campanha atingiu cerca de 22.500 assinaturas na petição, além de mais de 21.000 seguidores no Facebook. Números que ainda estão crescendo substancialmente todos os dias. São mais de 40 países signatários na petição.

Outro dado importante de resultado da campanha são as inúmeras matérias em jornais, revistas de grande circulação e também na TV, a respeito do problema e da importância das abelhas. A campanha já foi abordada em veículos como Jornal Folha de São Paulo, Jornal O Estado de SP, Jornal Valor Econômico, Revista Veja, Rede Globo, TV Record, SBT, entre outros.

No aplicativo Bee Alert, nos últimos 12 meses até fevereiro/2015, mais de 100 casos foram reportados no Brasil (95% do total), Argentina, Uruguai, Chile, Peru e Colômbia. Inferimos a perda de cerca de 700 milhões de abelhas do gênero Apis, além de milhares de abelhas nativas.

JÁ EXISTE UM DIAGNÓSTICO SOBRE O PROBLEMA DE "MORTANDADE" DE ABELHAS NO BRASIL, INCLUSIVE AS SUAS CAUSAS?

O problema da morte das abelhas ainda é um tema polêmico e sem consenso no mundo, embora já existam várias causas apontadas como responsáveis pelo fenômeno do CCD, entre elas o ácaro Varroa, o fungo Nosema, o clima e os pesticidas.

Somos da opinião de que há grande interdependência dos fatores, que causam um efeito sinérgico. Mas em relação à morte de abelhas no Brasil, temos constatado um efeito muito expressivo da ação dos pesticidas sistêmicos sobre as abelhas em diversas regiões do pais, provavelmente por ser o Brasil o maior consumidor deste produto no mundo. Esta deve ser, sim, uma causa central.

Fatores climáticos que envolvem a seca e a temperatura climática têm sido representativos, principalmente no Nordeste brasileiro, ainda em forma regionalizada. Temos também o sério problema do desmatamento e das queimadas, que exterminam enxames inteiros de abelhas nativas, além de reduzirem as áreas de nidificação e alimento, muitas vezes comprometendo o fluxo gênico entre as espécies.

Em relação aos ácaros (Varroa), devido à significativa resistência das abelhas africanizadas, polihibrido entre as raças europeias e a raça africana A. m. scutellata, o único tipo de abelha existente hoje em todo o território nacional, diferentemente dos demais países onde ocorre a varroatose, no Brasil este ácaro não responde pelas altas taxas de mortalidade de abelhas. Há mais de 20 anos ocorre a varroatose no Brasil, principalmente nos estados sulinos, porém, em baixas taxas (3 a 8%) que dispensam o tratamento por acaricidas ou quaisquer outros tratamentos químicos.

NA EUROPA, DESCOBRIU-SE QUE ALGUNS INSETICIDAS ERAM CULPADOS PELA MORTANDADE DE INSETOS. INCLUSIVE A VENDAS DESTES PRODUTOS FOI SUSPENSA NO INÍCIO DO ANO. VOCÊS DEFENDEM ESSE TIPO DE AÇÃO TAMBÉM NO BRASIL?

Sabemos que a produtividade no campo depende do uso de defensivos para o combate a inúmeras pragas. Este é um ganho produtivo que precisa ser observado, mas não às custas do efeito secundário da morte de abelhas. Defendemos o desenvolvimento e o uso de recursos de combate a pragas que não sejam nocivos às abelhas. Isto pode ser feito tanto através do desenvolvimento de pesticidas não nocivos às abelhas, por práticas de aplicação corretas, ou pelo uso do controle biológico de pragas. A Europa adotou uma política preventiva, que foi banir preventivamente o uso dos defensivos neonicotinoides, sistêmicos, apontados como principais elementos causadores do fenômeno do CCD.

QUANDO FALAMOS EM SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS, LANÇAMOS MÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO PNUD E DE ALGUNS CIENTISTAS, COMO O INDIANO PAVAN SUKHDEV QUE FALA EM US$ 190 BILHÕES GARANTIDOS PELA POLINIZAÇÃO FEITA PELAS ABELHAS. QUAL O NÚMERO NO BRASIL?

Não dispomos desta estatística precisa. Mas existem literaturas que atribuem aos serviços da polinização 10% do valor do PIB agrícola.

COMO A TECNOLOGIA PODE AJUDAR NA TAREFA DE PROTEÇÃO DOS POLINIZADORES NATURAIS, COMO AS ABELHAS?

O projeto do Bee Alert é uma iniciativa única, e um exemplo de uso da tecnologia para a proteção das abelhas. Uma plataforma on-line, colaborativa (crowdsourcing) e de grande importância para reunirmos dados em torno do problema das perdas de abelhas por geolocalização, identificando suas causas.

No mundo todo, muitas pesquisas estão sendo feitas, e ainda destacamos ainda o uso de microships, posicionados no dorso das abelhas para acompanhar seu comportamento de forrageamento, apontando os trajetos e os locais visitados por elas na colheita do pólen e néctar. É também um belo estudo que pode indicar o que está acontecendo com as abelhas no campo.

POR QUE O CETAPIS E A 6P LANÇARAM ESTA CAMPANHA?

O Cetapis-RN (Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do Rio Grande do Norte) e a 6P Marketing & Propaganda Ltda são as empresas que lideram, a partir do Brasil, esta iniciativa internacional, única na América Latina. A vivência prática de mais de 50 anos em pesquisas, projetos, congressos nacionais e internacionais, orientações de teses e projetos acadêmicos, proximidade com o produtor, além do olhar apurado para o problema do desaparecimento das abelhas, fizeram com que o Prof. Lionel Segui Gonçalves, após ter se aposentado na USP e transferir-se para Mossoró-RN e criado o Cetapis-RN, ao tomar conhecimento do fenômeno mundial do CCD (Colony Colapse Desorder), identificou a necessidade urgente de criar uma ampla campanha de proteção às abelhas, que objetivasse mostrar o seu papel relevante para o meio ambiente e o homem. Reuniu, portanto, forças, apoiado pela iniciativa voluntária da Agência 6P, que estrutura e comanda toda a estratégia de comunicação da campanha.

Infelizmente, na visão dos organizadores desta iniciativa, a importância da atividade da apicultura e da meliponicultura estão à margem da cadeia produtiva agrícola no Brasil, que privilegia modelos agrícolas fortemente pautados no combate a pragas pelo uso intensivo de defensivos. Além disso, desde o início da implantação da área de apicultura no país, muito pouco apoio por parte do governo tem sido dado para o fomento tanto desta atividade como da meliponicultura.

COMO A SOCIEDADE CIVIL PODE PARTICIPAR?

Em nosso site mostramos 10 formas do cidadão comum dar sua contribuição, em que destacamos:

  • Apoiar a campanha de proteção às abelhas;
  • Se for um apicultor ou meliponicultor, registrar os casos de mortes ou perdas expressivas de abelhas no aplicativo da campanha: Bee Alert;
  • Plantar flores e árvores da flora apícola;
  • Consumir produtos orgânicos e ser um consumidor consciente, que valoriza os produtos de empresas alinhadas favoravelmente com as questões de sustentabilidade e preocupação com as abelhas e o meio ambiente;
  • Favorecer a apicultura urbana: ter uma colmeia de abelhas sem ferrão em casa é uma ótima iniciativa;
  • Proteger as abelhas e seu habitat;
  • Questionar nossas lideranças e representantes públicos sobre como pretendem dar atenção e solução aos problemas do desaparecimento das abelhas.
COMO A INDÚSTRIA AGROQUÍMICA TEM SE POSICIONADO EM RELAÇÃO À CAMPANHA QUE PREVÊ A INUTILIZAÇÃO DE PESTICIDAS E AGROTÓXICOS? HÁ ALGUM TIPO DE PARCERIA?

Nossa campanha tem claros objetivos:

1) conscientizar a população sobre a importância das abelhas para o homem e o meio ambiente;

2) mobilizar as lideranças para uma atitude imediata de apoio a ações que investiguem, identifiquem e combatam rapidamente as causas do desaparecimento das abelhas ou CCD (Colony Collapse Disorder);

3) lançar um documento formal de apoio à causa das abelhas pelo site www.semabelhasemalimento.com.br;

4) posicionar a atividade da apicultura e da meliponicultura como um elo fundamental da cadeia produtiva agrícola, e que a aplicação dos conceitos de sustentabilidade no campo passem pelo respeito aos seus principais polinizadores;

5) levar conceitos propositivos de como o cidadão pode interagir e ajudar a proteger as abelhas e o meio ambiente.

Em nenhum deles expressamos ser contrários à indústria agroquímica. Sabemos da importância de alguns destes produtos para a produtividade no campo. Todavia, ainda que a mortalidade das abelhas seja um assunto controverso no meio científico, é cada vez maior a indicação de que a causa da mortalidade das abelhas recaia sobre o uso extensivo de pesticidas no campo, particularmente sobre a categoria de defensivos sistêmicos denominada neonicotinoides e outros que também causam danos às abelhas, como o fipronil. Estes produtos, além de terem um efeito residual superior nas plantas, são altamente tóxico às abelhas, que não resistem nem ao contato direto e nem pela ingestão de pólen ou néctar contaminados. Diversos estudos vêm comprovando a ligação direta destes produtos com o declínio dos polinizadores – isto, inclusive, justificou o banimento temporário do uso de neonicotinoides nos países da Comunidade Economica Europeia (CEE), e também a recente determinação (jun/2014) do Presidente Barack Obama, para que uma força tarefa específica e emergencial fosse conduzida nos EUA, com o propósito de firmar um posicionamento do governo sobre a mortalidade dos polinizadores.

Portanto, é de se esperar que a indústria esteja se movimentando no sentido de buscar formas de mitigar os danos causados pelo uso de seus produtos, procurando evitar que medidas extremas possam afetar seus negócios. Lembramos que o Brasil é o maior usuário de defensivos agrícolas no mundo. O mais importante, entretanto, é a constatação de que a razão primária do problema está no fato de que os insetos polinizadores e os pesticidas neonicotinoides têm compatibilidade zero: mínimas doses produzem efeitos letais para as abelhas.

Imaginamos que a indústria esteja perseguindo o desenvolvimento de produtos “não tóxicos” às abelhas – um exercício complexo que seguramente irá demandar tempo. E pensamos que o ideal é que fossem incentivadas as pesquisas de combate às pragas com técnicas de controle biológico.

Também acreditamos que esteja na pauta desta indústria ampliar a gestão ligada à sua corresponsabilidade sobre os meios de aplicação dos seus produtos, que têm sido também fonte direta de inúmeros problemas junto aos apicultores e às abelhas no campo. Referimo-nos, neste caso, aos cuidados com a aplicação de agrotóxicos por via aérea, o momento certo da aplicação, a questão da orientação nas bulas, e a conscientização dos próprios produtores rurais. Há uma Instrução Normativa do MAPA que obriga o produtor a avisar os apicultores que tenham colmeias em um raio de até 6km de distância de sua cultura, com 48hs de antecedência, sobre atividades de pulverização aérea. Isto daria ao apicultor a chance de mover suas colmeias ou fechá-las durante este processo, reduzindo o impacto sobre as abelhas. Obviamente que é preciso elaborar a seguinte questão: e as abelhas silvestres, presentes na natureza? Quem as avisa sobre a aplicação de agrotóxicos?

A verdade é que este não é um problema de simples solução. Mas entendemos ser urgente a necessidade de revermos os meios de produção no campo – que precisam considerar os serviços de polinização como um elemento estratégico, tão importante quanto a presença da água, o cuidado com o solo, o clima, a semente ou o manejo das pragas.

Queremos provocar nossas lideranças a pautar esta questão.

COMO FOI DAR O PONTAPÉ INICIAL À CAMPANHA E QUAL O PAPEL DO MARKETING AGRESSIVO PARA A SUA DIFUSÃO?

Nosso trabalho é como o de uma abelha: para fazer um quilo de mel, precisa visitar 5 milhões de flores, uma a uma. Estamos cuidando de polinizar este tema, tornando-o de conhecimento do grande público. Estamos fazendo isto de forma voluntária, com o apoio incondicional de pessoas que entendem o papel fundamental das abelhas para o equilíbrio de nosso ecossistema, e para o benefício do próprio homem. É muito gratificante quando verificamos que nosso “marketing agressivo” poliniza uma flor, pois o nascer do fruto é imediato.

A campanha foi lançada no maior evento da apicultura mundial: a APIMONDIA (Federação Internacional de Apicultores e Instituições Apícolas) que congrega representantes de mais de 100 países, que ocorreu em outubro de 2013, na Ucrânia. De lá para cá, obtivemos inúmeros apoios de instituições ligadas à Apicultura nacional e internacional, o apoio da mídia – que tem se mostrada muito interessada neste tema – e também de pessoas do bem. Reunimos mais de 22 mil assinaturas em nossa petição, e somos seguidos nas redes sociais por mais de 21 mil pessoas. Mas queremos mais – e por isso pedimos às pessoas para que acessem nosso site e conheçam a fundo os riscos do declínio dos polinizadores: www.semabelhasemalimento.com.br.

PARCERIA COM O PROJETO POLINIZADORES DO BRASIL

A parceria com o Projeto Polinizadores do Brasil foi estabelecida em janeiro de 2015, e partiu da premissa de que ambas as iniciativas visavam o objetivo de conscientizar as pessoas para a importância das abelhas e a necessidade de sua proteção. A partir daí foi fácil encontrar caminhos de entendimento comum.

Assim, a campanha Sem Abelha, Sem Alimento estabeleceu uma parceria com o Projeto Polinizadores do Brasil para trazer importantes estudos sobre os benefícios e planos de manejo da polinização para 7 culturas. São artigos, publicações científicas e vídeos voltados para os produtores rurais e também criadores de abelhas, que podem ser acessados pelo site www.semabelhasemalimento.com.br

 

Mais sobre o Projeto Polinizadores do Brasil

Com o objetivo de conhecer melhor os polinizadores e a importância do processo de polinização no desenvolvimento da agricultura, o Projeto Polinizadores do Brasil, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, realizou pesquisas e atividades de capacitação e conscientização ao longo dos últimos quatro anos. Inserido em uma iniciativa internacional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF – Global Environmental Facility) e que tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – Funbio como agência responsável pela execução, o projeto concentra seus esforços em sete cultivos importantes no Brasil.

O Projeto Polinizadores do Brasil integra instituições nacionais em grandes redes de pesquisa, com resultados relevantes em manejo sustentável nas redes de polinização de plantas cultivadas, como algodão, castanha, caju, canola, melão, maçã e tomate.