PLANTAS MELÍFERAS
Quando falamos em abelhas, quase que de forma automática pensamos em flores e plantas. Falar em abelhas nos remete a flores, alegria, jardins, cores e cheiros. A começar pelo cheiro das abelhas, pois cada espécie possui um cheiro próprio, além do mel que elas produzem que também tem aromas diferentes, conforme a espécie da abelha e as plantas de onde elas coletaram o néctar. Esta associação, que naturalmente fazemos, vai muito além da poesia, é uma interação vital, uma vez que as abelhas dependem das plantas para encontrarem alimento e, muitas vezes, locais para a construção de seus ninhos. Por outro lado, as plantas se beneficiam com a visita das abelhas que, durante a busca por recursos alimentares, transportam grãos de pólen e terminam por realizar a fecundação das flores, garantindo a reprodução das espécies vegetais. Este processo contribui para aumentar a variabilidade genética das plantas. Além disso, algumas espécies de abelhas podem fazer a dispersão de sementes, auxiliando as plantas a originarem novos descendentes no ambiente onde elas ocorrem.
Na busca por recursos vegetais, as abelhas visitam um conjunto de espécies de flores, que são diferentes para cada espécie de abelha e para cada região, visto que os diferentes biomas têm composições florísticas próprias.
O conhecimento da flora visitada pelas abelhas é fundamental para a manutenção das colônias, porque é a partir dela que as abelhas encontram alimentos para a sua sobrevivência, possibilitando ao meliponicultor a formação de pasto apícola em áreas degradadas, ou o enriquecimento da vegetação local com espécies melíferas. Lembrando que, além do néctar, as abelhas coletam pólen, óleos e resinas.
No Brasil, temos seis biomas: Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa. Dentro deles, ocorrem diferentes fitofisionomias, com composições florísticas próprias para cada região, evidenciando quanto é importante conhecer a flora regional.
Plantas visitadas por meliponíneos: Para auxiliar os meliponicultores nesta bonita empreitada de cultivar flores para as abelhas, apresentamos uma lista de espécies utilizadas para o fornecimento de recursos tróficos. É claro que devido à extensão do território brasileiro e sua complexidade florística não temos a pretensão de abranger todas as espécies, mesmo porque existem lacunas a serem preenchidas sobre a flora de várias regiões. A lista abaixo apresenta os nomes das espécies visitadas por abelhas, a qual será ampliada à medida que novas informações surgirem. Depois, as plantas estão separadas em grupos, nos quais estão as espécies com fotos, as quais serão incluídas progressivamente.
Ramalho M et al., 1985; Imperatriz-Fonseca et al.,1989, 1994; Iwama & Melhem , 1979; Knoll et al., 1994; Ramalho M, 1990; Pedro & Camargo, 1991; Cortopassi-Laurino & Ramalho, 1988; Carvalho, 1990; Souza et al., 1991; Camargo, 1972.
Camargo JMF. 1972. Manual de Apicultura. Agronomica Ceres.
Carvalho AMC. 1990. Estudo das interações entre a apifauna e a flora apícola em vegetação de cerrado – Reserva Ecológica do Panga – Uberlândia – MG. Dissertação, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, SP.
Cortopassi-Laurino M & Ramalho M. 1988. Pollen harvest by africanized Apis mellifera and Trigona spinipes in São Paulo Botanical and ecological views. Apidologie, 19(1): 1-24.
Imperatriz-Fonseca VL, Kleinert-Giovannini A & Ramalho M. 1989. Pollen harvest by eusocial bees in a non-natural community in Brazil. Journal of Tropical Ecology, 5:239-242.
Imperatriz-Fonseca VL, Ramalho M, Kleinert-Giovannini A. 1994. Abelhas sociais e flores, análise polínica como método de estudo. IN: Pirani JR & Cortopassi-Laurino M. 1994. Flores e abelhas em São Paulo. Edusp e Fapesp.
Knoll FRN, Bego LR, Imperatriz-Fonseca VL. 1994. As abelhas em áreas urbanas; um estudo no campus da Universidade de São Paulo. IN: Pirani JR & Cortopassi-Laurino M. 1994. Flores e abelhas em São Paulo. Edusp e Fapesp.
Iwama S. & Melhem TS. 1979. The pollen spectrum of the honey of Tetragonisca angustula angustula latreille (Apidae, Meliponinae). Apidologie, 10(3):275-295.
Pedro SRM, Camargo JMF. 1991. Interactions on floral resources between the africanized honey bee Apis mellifera L and the native bee community (Hymenoptera: Apoidea) in a natural “cerrado” ecosystem in southeast Brazil. Apidologie, 22: 397-415.
Ramalho M. 1990. Foraging by stingless bees of the genus, Scaptotrigona (Apidae, Meliponinae). Journal of Apicultural Research, 29 (2): 61-67.
Ramalho M, Imperatriz-Fonseca VL, Kleinert-Giovannini A & Cortopassi-Laurino M 1985; Exploitation of floral resources by Plebeia remota Holmberg (Apidae, Meliponinae). Apidologie, 16(3):307-330.