Secretaria investiga a presença da Aethina tumida em colmeias apícolas – “Sem Abelha, Sem Alimento”
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) está investigando a presença do besouro da espécie Aethina tumida nos apiários paulistas. A primeira notificação do “pequeno besouro das colmeias”, como é popularmente conhecido ess besouro, foi identificado em uma colmeia que havia sido capturada na natureza em meados de mês de março de 2015, no município de Piracicaba. A primeira notificação oficial da presença deste coleóptero no Brasil foi feita no dia 23 de dezembro do mesmo ano junto à CDA.Após o recebimento da notificação, a Defesa Agropecuária interditou a propriedade para acompanhamento e realizou a colheita de material para identificação morfológica. Em parceria com profissionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), treinou suas equipes técnicas e está trabalhando com colmeias de Apis mellifera visando a inspeção de apiários para detecção do besouro Aethina tumida e cadastramento de propriedades e apiários.
“Os principais danos são causados pelas larvas do besouro que se alimentam das larvas das abelhas e do pólen, além de perfurar as células de mel ao movimentarem-se, causando a fermentação do mel e pólen, que se tornam impróprios para consumo humano”, informa o Elio Noboru Savazaki médico veterinário da Secretaria, que atua junto à Defesa Agropecuária. Além deste prejuízo, a infestação das colônias pode causar a fuga do enxame e o abandono da colmeia. Os besouros adultos podem sobreviver na natureza alimentando-se de frutas.
Para o controle desta praga, é importante que os apicultores notifiquem a uma unidade de defesa agropecuária, qualquer anormalidade observada em seus apiários como, por exemplo, a presença de larvas ou de besouros, orienta Savazaki.
O besouro Aethina tumida é nativo da África Subsaariana e ao longo dos anos tem sido identificado em vários países ao redor do mundo. Infestam, principalmente, colmeias de abelhas da espécie Apis mellifera, no entanto, existem relatos de infestação em colmeias de abelhas sem ferrões.
O besouro recém-saído da pupa é marrom claro e escurece progressivamente. Os adultos medem em média cinco milímetros e pesam em média treze miligramas. As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos e invadem as colmeias de abelhas, onde botam ovos com aparência perolada, medindo 1,5 milímetro de comprimento. Esses ovos eclodem gerando larvas que possuem diversas protuberâncias no corpo e podem medir até 9,5 milímetros. Após sua maturação, as larvas saem das colmeias, indo ao solo, onde passarão ao estágio de pupa.
Até os dias atuais, pouco progresso foi atingido na busca por métodos de controle químico desta praga, já que o emprego de produtos químicos gera o risco de contaminação dos produtos e subprodutos do apiário, além de ser um risco à vida das abelhas. O controle tem sido feito utilizando-se técnicas culturais, biológicas e genéticas. Os controles culturais consistem em mudanças na prática da apicultura, com a intenção de limitar, mas não erradicar a praga.
Para o controle mecânico, são conhecidos cinco tipos de armadilhas para a captura dos besouros e eliminação. O controle biológico envolve, entre outras técnicas, a seleção genética de algumas colônias de abelhas que são capazes de detectar e remover as ninhadas que tenham sofrido ovoposição pelo besouro (comportamento de higiene). Embora nenhum único controle tenha 100% de eficácia, empregando várias estratégias de controle pode-se limitar as populações de besouros a níveis administráveis.
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