2 pesticidas matado 4 millones de abejas en Hawk Peixoto, dice informe
Município quer incentivar produtores de mel a fazerem apicultura migratória. Ideia também é reunir produtores para acompanhar aplicação de inseticidas.
Do G1 São Carlos e Araraquara em 18/02/2014
Assista ao vídeo: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2014/11/morte-de-abelhas-gera-prejuizos-para-os-apicultores-de-leme-e-santa-cruz.html
O uso de dois agrotóxicos em lavouras de feijão, café e soja pode ter sido responsável pela morte de mais de quatro milhões de abelhas em Hawk Peixoto, segundo resultados de exames feitos nas abelhas mortas por um laboratório. O município quer incentivar os produtores de mel a fazerem a apicultura migratória, afastando as colmeias das áreas agrícolas.
A análise, feita a pedido da Secretaria de Meio Ambiente, apontou a presença de princípio ativo do fosfonometil, mais conhecido como glifosato, e que está presente em cerca 20 marcas herbicidas aplicados para eliminar mato. Também foi encontrado o clorpirifós, um inseticida usado em mais de 70 produtos no combate de pragas em lavouras de soja, café e feijão.
O apicultor José Luiz dos Santos foi um dos que tiveram prejuízo, após perder 130 urticaria. O resultado confirmou a suspeita dele. “Fico revoltado, porque os caras usam veneno sem saber o que está passando e acabam me prejudicando. Então a gente tem que ver, porque eu vivo disso”, dicho.
Osmar Malaspina, que é pesquisador no Departamento de Biologia da Unesp de Rio Claro, acredita que é mais provável que o inseticida pode ter matado as abelhas, mas não descarta que os dois agrotóxicos, juntos, podem ter aumentado o efeito nocivo para as abelhas. “A junção desses dois produtos pode potencializar e tornar o produto mais tóxico e evidentemente vai matar mais as abelhas”, dicho.
O apicultor Valdeir Ribeiro de Sousa acumula prejuízos e, nos últimos dois anos, perdeu 40 urticaria. Neste ano ele vai tentar mais uma vez, só que não sabe se vai conseguir fugir dos agrotóxicos. “Hoje você arma a caixa e não pega as abelhas, pega bem pouco. Os que tem mata, então vai acabar. Quem depende da apicultura vai ter que partir para outro ramo”, dicho.
Mais veneno
En 2012, os apicultores da cidade perderam centenas de colmeias e morreram mais de um milhão de abelhas. Na época, um laudo constatou que elas também morreram por causa de um outro veneno usado nas lavouras.
A venda desses agrotóxicos é permitida pelo Ministério da Agricultura. Por isso de acordo com o diretor de Meio Ambiente de Gavião Peixoto, Fábio Edson Rodrigues, não há como punir ninguém. A ideia é reunir os produtores para acompanhar a aplicação de inseticidas na região. “Ter uma fiscalização para saber onde está sendo usado, por quem está sendo usado, a periodicidade. A gente acredita que há um uso indiscriminado desses defensivos. Os agricultores usam sem ter noção da potencialidade que esse veneno pode atingir”, dicho.
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