Bee or not to Be e AMESAMPA lançam o projeto “Cidade Amiga das Abelhas”
UM PROJETO QUE POLINIZA A EDUCAÇÃO E A NATUREZA EM NOSSAS CIDADES
15/12/2015
Abelhas são popularmente conhecidas por fazerem o mel. Mas, segundo o IBOPE, 78% de nossa população desconhece o fato de as abelhas serem os principais polinizadores para 85% das áreas verdes presentes nas florestas e nas cidades.
Outro dado relevante: as pessoas lembram das abelhas porque picam, mas desconhecem o fato de que o Brasil abriga a maior biodiversidade de espécies de abelhas do planeta, e de que essa megadiversidade é composta por abelhas nativas sem ferrão.
No campo, 70% das culturas agrícolas dependem dos serviços ecossistêmicos de polinização, a eles atribuídos o incrível montante equivalente a 10% do PIB agrícola (algo como US$ 200bi no mundo).
Em contraponto à desinformação sobre a importância de nossas abelhas, convivemos perigosamente com o problema de seu declínio – sobretudo causado por fatores como o desmatamento, as mudanças climáticas e, particularmente, o uso indiscriminado de agrotóxicos. Esses fatores associados compõem o contexto e a justificativa para a condução da campanha de proteção às abelhas, “Sem Abelha, Sem Alimento”, um movimento com dois anos de existência, coordenado pela ONG Bee or not to be.
Em seu mais recente movimento, a Organização Bee or not to be, em parceria com a Associação dos Meliponicultores do Estado de SP – AMESAMPA, lançam para 2016 uma nova e importante iniciativa: o Projeto Cidade Amiga das Abelhas – Polinizando a Natureza para a vida. O projeto tem o objetivo de pautar a gestão pública para que adote práticas que visam o cuidado com o meio ambiente, com a educação ambiental e a sustentabilidade a partir da preservação de seus mais importantes polinizadores: as abelhas.
O projeto traz 5 objetivos principais:
1- Ampliar o conhecimento e a educação da população sobre a importância das abelhas;
2- Engajar as organizações públicas na conscientização e proteção dos polinizadores;
3- Apoiar as administrações públicas com práticas de gestão que preservem os polinizadores em áreas urbanas, e sua boa convivência com a população;
4- Reconhecer as administrações orientadas para a preservação, melhoria e recuperação do Meio Ambiente;
5- Gerar um ambiente favorável ao incremento e expansão da criação de abelhas sem ferrão no município;
Algumas das abordagens indicadas pelo Projeto Cidade Amiga das abelhas contemplam:
- Adoção de material didático específico sobre os polinizadores para a educação ambiental nas escolas da Rede Pública Municipal;
-
Implantação de um Meliponário Municipal que apresente, de forma didática, a biodiversidade de espécies de abelhas nativas da região;
- Programa de atuação conjunta entre Corpo de Bombeiros, Apicultores, Entidades Educacionais e a Defesa Civil para a retirada adequada (sem extermínio) de abelhas com ferrão, em áreas que representem riscos à população.
- Adoção de um programa de parceria entre o Setor de Poda e Corte de Árvores (Secretaria de Serviços Urbanos) com Meliponicultores locais, para o resgate adequado de abelhas nativas sem ferrão.
- Adoção do mel na merenda escolar das escolas municipais (e outros produtos)
- Estímulo à criação de Feiras orgânicas e de produtos das abelhas;
- Criação de “Jardins Educativos” de plantas melíferas, sinalizando nomes das plantas e tipos constantes de polinizadores;
- Estabelecer lei municipal que regularize a criação de Abelhas Sem Ferrão em áreas urbanas, considerando a meliponicultura uma atividade de utilidade pública;
O Projeto contempla um total de 18 tópicos, sendo alguns obrigatórios para que a cidade possa ser laureada com o título de “Cidade Amiga das Abelhas”. Serão conferidos selos Bronze, Prata e Ouro, de acordo com critérios pré-estabelecidos e auditados.
Segundo Daniel Malusá Gonçalves, coordenador da organização Bee or not to be, “as parcerias serão imprescindíveis. Este é um projeto absolutamente inclusivo, que irá exigir iniciativa e uma boa articulação local dos representantes das associações de criadores de abelhas , das universidades, das administrações públicas e mesmo da sociedade civil. Não temos dúvida de que este projeto poderá integrar e reforçar outras inciativas já existentes, e representará uma grande contribuição para fomentar a educação ambiental e impulsionar a preservação de nossas abelhas também nas cidades.”
O projeto terá início no primeiro trimestre de 2016, já com as regras de adesão e atendimento, instruções normativas, bem como peças de comunicação.
PROJETO É APRESENTADO EM EVENTO DO SETOR , EM FRANCA
Durante o VI Seminário de Meliponicultura, organizado pela AMESAMPA com o apoio da Prefeitura de Franca, nos dias 11 e 12 de Dezembro de 2015, a idéia do projeto Cidade Amiga das Abelhas foi pela primeira vez apresentada aos meliponicultores de diversas cidades do estado de SP. O presidente da AMESAMPA e também presidente da Câmara Setorial da Apicultura de SP, Ricardo Camargo, indicou a cidade de Franca como a primeira potencial “Cidade Amiga das Abelhas” do Brasil. Isto porque , durante o evento, foi inaugurado no Jardim Zoobotânico, o 1o Meliponário Municipal, com cerca de 280 colméias de 11 espécies diferentes de abelhas nativas sem ferrão, um dos maiores do país.
O evento também contou com a presença do Secretário da Agricultura do Estado de SP, deputado Arnaldo Jardim, e também com o prefeito da cidade de Franca, Alexandre Ferreira. Durante a inauguração do meliponário, puderam “ver, aprender e multiplicar as experiências para os outros municípios”, como bem expressou o secretário. Também conheceram mais sobre as espécies nativas e sobre o projeto Cidade Amiga das Abelhas, manifestando seu apoio a essa iniciativa.
O Secretário Arnaldo Jardim, ainda, relatou o importante trabalho que vem desenvolvendo junto com a Câmara Setorial da Apicultura de SP, que deverá resultar, em breve, numa resolução para que a abelha sem ferrão seja considerada um animal doméstico, simplificando a comercialização de seus produtos – um tópico de grande interesse do setor.
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